[Parecer emitido por Affonso Dornellas à Comissão de Heráldica da
Associação dos Arqueólogos Portugueses e aprovado em sessão de 25 de
Junho de 1930.]
Em satisfação do
pedido feito pela Câmara Municipal da Moita em 13 de Novembro de 1929,
e, estudadas as características especiais da mesma vila e seu concelho;
Vila que foi Comenda importante da Ordem de Santiago e Concelho que é
rico em agricultura e que tem desenvolvido extraordinariamente a
indústria corticeira, proponho que o seu Selo, e por conseguinte as suas
Armas e respectiva Bandeira, sejam assim constituídos:
De prata com um
sobreiro arrancado de verde e frutado de ouro com tronco e raízes de
negro realçados de prata. Em chefe uma Cruz de Santiago de púrpura
acompanhada de dois cachos de uvas de púrpura, folhados de verde. Coroa
mural de quatro torres de prata. Listel branco com letras pretas.
Bandeira esquartelada
de amarelo e de verde. Cordões e borlas de ouro e verde. Lança e haste
douradas.
Proponho que o campo
das armas seja de prata porque em heráldica este metal significa
humildade e riqueza, características essenciais da região da Moita.
O sobreiro,
representante da vegetação e riqueza local é verde, sua cor natural,
frutado de ouro, metal que significa poder e força vital.
Indico que o tronco e
raízes do sobreiro sejam de negro realçados de prata, porque o negro
representa, e na própria terra que existe, a principal riqueza local.
A prata, que realça o
tronco e as raízes, dá-lhe heraldicamente a significação de humildade e
riqueza.
Affonso
de Dornellas.
(Texto adaptado à
grafia actual)
Fonte: Retrato em Movimento do Concelho da Moita, Câmara
Municipal da Moita, 2004, p. 27; página da Câmara Municipal da Moita. |