Município da Marinha Grande |
• Distrito de
Aveiro • Distrito de Beja • Distrito
de Braga • Distrito de Bragança • Distrito
de Castelo Branco • •
Distrito de Coimbra • Distrito
de Évora • Distrito de Faro • Distrito
da Guarda • Distrito de Leiria •
Distrito de Lisboa • • Distrito
de Portalegre • Distrito do Porto • Distrito
de Santarém • Distrito de Setúbal •
Distrito de Viana do Castelo • • Distrito
de Vila Real • Distrito de Viseu • Região
Autónoma dos Açores •
Região Autónoma da Madeira •
Área - 186
Km2 Feriado Municipal - Quinta-feira
de Ascensão
Freguesias
• Marinha
Grande • Moita • Vieira
de Leiria •
Elevação da sede do município à categoria de cidade pela Lei n.º 38/88 de
19/04/1988
Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Segundo o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos
Portugueses de 27/05/1996
Estabelecida em reunião da Assembleia Municipal, em 21/06/1996
Publicada no Diário da República n.º
199, 3.ª Série de 28/08/1996
Brasão
- Escudo
de vermelho, com um pinheiro de prata frutado de verde e troncado de
negro, saínte de contra-chefe de dunas de areia, de ouro, acompanhado de
duas vieiras do mesmo. Coroa de mural de prata de cinco torres. Listel
branco, com a legenda a negro, em maiúsculas " Marinha Grande ".
|

Bandeira
- Gironada de
oito peças de amarelo e negro.
Cordão e
borlas de ouro e negro. Haste e lança de ouro.

Bandeira para hastear
(2x3) Estandarte (1m x 1m)
Anterior ordenação heráldica do brasão e bandeira
Segundo o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos
Portugueses de 20/11/1934
Aprovado pelo
Ministro do Interior em 24/05/1935
Portaria n.º 8111, do Ministério do Interior,
publicada no Diário do Governo n.º
118, 1.ª Série de
24/05/1935
Armas
- De vermelho,
com um pinheiro de ouro frutado de verde, sustido de negro realçado de ouro saínte
de um contra-chefe de dunas de areia de prata. O tronco do pinheiro acompanhado
de duas vieiras de ouro. Coroa de mural de quatro torres de prata. Listel branco
com os dizeres: "Vila de Marinha grande" de negro.
|

Bandeira
- Esquartelada de amarelo e de negro. Cordões e
borlas de ouro e de negro. Haste e lança douradas.

Bandeira para hastear
(2x3) Estandarte (1m x 1m)
Ligação para a página oficial do
município de
Marinha Grande
Transcrição do parecer da primeira versão do
brasão e bandeira
Aprovados em sessão da Assembleia Geral da Associação dos
Arqueólogos Portugueses,
em 29/01/1921
(Os primeiros símbolos heráldicos municipais da República, que
lançaram
as bases para a heráldica actual)


Parecer da Associação dos Arqueólogos Portugueses
sobre a forma como deve ser constituído o brasão da Marinha Grande e
as razões que a levam a rejeitar por completo o projecto do mesmo
brasão idealizado pelo Ex.mo Sr. José de Almeida e Silva.
Recebeu a Associação dos Arqueólogos Portugueses a
solicitação da Ex.m a Câmara Municipal da Marinha Grande para dar o seu
parecer sobre a forma como deve ser constituído o brasão do seu concelho
ou seja, qual a sua opinião sobre o projecto apresentado pelo Ex.mo Sr.
José d’Almeida e Silva, único concorrente ao concurso sobre o mesmo
assunto, aberto pela referida Câmara.
Em reunião da Assembleia Geral da Associação dos
Arqueólogos Portugueses, efectuada em 15 de Janeiro corrente, foi
apresentada a mesma solicitação e agradavelmente manifestada a
satisfação da assembleia por ver que o seu nome e a sua tradição chegou
até à Ex.m a Câmara Municipal da Marinha Grande com a confiança
necessária para lhe expor tão interessante problema.
Foi deliberado enviar este estudo à secção de
heráldica, para formular o respectivo parecer, que imediatamente
convocou uma reunião, estando presentes os Ex.mo s Srs.,
Capitão de
fragata, Henrique Quirino da Fonseca, Conde d’Almarjão, major de
artilharia, Henrique Ferreira Lima e José do Amaral Frazão de
Vasconcelos, que, depois de trocar impressões sobre o assunto, nomearam
relator o signatário deste parecer que também esteve presente.
Vou, pois, tentar desempenhar-me deste encargo
concentrando neste parecer a súmula das impressões trocadas na reunião
da secção de heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses que
apreciou o trabalho artístico e bem executado do Ex.mo Sr. José de
Almeida e Silva, único concorrem ao apelo feito pela Câmara Municipal da
Marinha Grande ao concurso que abriu para projecto de brasão do seu
Concelho.
Foram três os trabalhos apresentados por este
concorrente que consistem numa aguarela como projecto de bandeira e dois
desenhos, sendo um destinado ao selo em branco e outro ao carimbo de
borracha.
Juntou o mesmo artista uma elucidativa nota
concebida nos seguintes termos:
«Nota descritiva sobre o meu projecto do brasão
do concelho da Marinha Grande:
– Envio ao concurso da Câmara Municipal um
projecto de brasão com três aplicações: – Brasão para carimbo de
borracha, brasão para selo branco e brasão para a bandeira municipal.
Concebi o brasão do concelho da Marinha Grande pela seguinte forma: –
Sobre a esfera armilar das armas nacionais, destaca-se um escudo
português esquartelado representando a primeira quartela o Pinhal
Nacional com as dunas e o mar. A segunda, a indústria de vidros da
Marinha Grande. A terceira, a indústria de limas da Vieira. A quarta, a
criação do concelho, em 1917. Este escudo é encimado pelo busto da
República, que é o seu timbre. Julgo ter por este modo atendido à vida e
factos históricos e às indústrias do concelho da Marinha Grande, por uma
forma sintética e larga, como é de uso destes trabalhos, num desenho
largo e vigoroso, para dar reproduções reduzidas, nítidas e perfeitas.
Faço citação especial das quartelas 3.ª e 4.ª. Na 3.ª, da Vieira,
limitei-me à sua indústria capitai e histórica – a das limas.
Colocar-lhe mais uma rede de pesca, não representava já a Vieira mas sim
a Praia da Vieira. Mas a indústria da pesca é limitada e não é a
predominante. E a reunião das limas e rede dava artisticamente uma
complicação confusa na redução do escudo, que acabava por nessa quartela
nada se entender. Na quartela 4.ª simbolizei a criação do concelho da
Marinha Grande por meio de uma stela grega, com a data e um ramo de
louro vitorioso. Não detalhei por dia e mês o acontecimento, para evitar
confusões de redução, que resultaria ilegível; e porque assim se usa.
Exemplos A descoberta do Brasil – 1500, a restauração de Portugal –
1640. Sem dia nem mês, mas só o ano. Depois, nessa stela com o ramo de
louro traduzi a libertação, mas nobremente, sem ofensa para Leiria,
porque é preciso que o brasão da Marinha não vá ser um pomo de
discórdias. Quanto ao brasão colorido para a bandeira da Marinha Grande
que será de seda com as cores nacionais, os ramos de carvalho e louro
são a ouro, com o laço de seda azul celeste. A esfera armilar a ouro. O
busto da República e a grade do escudo, a prata; a primeira quartela do
Pinhal Nacional das cores naturais, a 2.ª e 3.ª das indústrias da
Marinha e Vieira, com fundos de púrpura nobilitante; e na 4.ª quartela,
da criação do concelho a stela de ouro, sobre azul, gloria triunfante,
com a data a vermelho, viril. O ramo de louro nacional apoteótico. Caso
o meu projecto de brasão seja aprovado, posso incumbir-me da bandeira da
Câmara que a precisa. Esta bandeira devia ser oferecida à Câmara por
subscrição pública de todo o concelho. Não era por economia, mas em
homenagem e como manifestação cívica. – Viseu, 25 de Setembro de 1920. –
(a) José de Almeida e Silva.»
Foi recebido este projecto na Câmara Municipal da
Marinha Grande, em 30 de Setembro de 1920, sendo registado sob numero
374 no livro 2.º.
Na mesma data e registado no mesmo livro mas sob
n.º 377, foi recebida uma carta do autor do projecto acima referido, nos
seguintes termos:
«Viseu, Praça de Camões, 27 de Setembro
de 1920.
Ex.mo Sr.
Tendo deliberado concorrer ao concurso do brasão
da Câmara Municipal de cuja Comissão Executiva V. Ex.ª é digno
presidente, neste correio envio registado (encomenda postal registada) a
V. Ex.ª um rolo com dois desenhos e uma aguarela. É do meu desejo que
esse rolo só seja aberto no dia 30 do corrente, o que peço a V. Ex.ª
para ter a bondade de fazer. Se por greve dos caminhos de ferro V. Ex.ª
receber esta carta e não receber esse rolo com desenhos, tratando-se de
impedimento de entrega dentro do prazo do anúncio do concurso,
involuntariamente e por caso de força maior, espero que V. Ex.ª, tomando
isto na devida consideração, adie, por tal motivo, a recepção e o
julgamento do concurso. Muito agradeço a V. Ex.ª mandando num simples
postal acusar a recepção do referido rolo. Também informo a V. Ex.ª de
que com os desenhos vai uma nota descritiva e elucidativa do meu
projecto de brasão. Se no concurso o meu brasão não for preferido, peço
a V. Ex.ª para me voltarem à mão esses três desenhos, pois nas condições
não é negado este direito recebendo-os eu aí pessoalmente depois. De V.
Ex.ª, com toda a consideração e estima, etc.
– (a) José de Almeida e Silva.
P.S. – No caso de o meu brasão ser aprovado, mas
desejarem nele qualquer modificação, prontifico-me a fazê-la, sendo na
verdade para melhor. – De V. Ex.ª –
(a) J. Almeida e Silva.»
Pelo conteúdo destes dois documentos firmados pelo
Ex.mo Sr. José de Almeida e Silva, se vê que toda a sua ideia é baseada
em arte e patriotismo, querendo fazer reviver no brasão que ideou todos
os componentes que caracterizam a história da Marinha Grande e da
Vieira, que é freguesia do mesmo concelho.
Desejou a Câmara Municipal da Marinha Grande
consultar a Associação dos Arqueólogos Portugueses e ouvir a sua opinião
sobre o projecto do Ex.mo Sr. José de Almeida e Silva, devendo esta
Associação expor francamente o que pensa sobre o assunto e a que
resultado chegou do seu estudo, pelo que enviando todo este processo,
como se disse, à sua secção de heráldica, vem ela emitir o seu parecer
formulado nas regras da heráldica, se bem que não é sua atribuição o
criar ou apoiar a criação de novos brasões, mas sim apenas estudar a
heráldica antiga, coligir todos os elementos que lhe digam respeito e
tentar aclarar e definir todos os problemas que se lhe apresentem
confusos. Não pode porém a secção de heráldica da Associação dos
Arqueólogos Portugueses ficar silenciosa perante uma informação que lhe
é pedida, como a presente, pela Ex.m a Câmara Municipal da Marinha
Grande.
Não entrando portanto na apreciação dos motivos
que originaram a existência dos brasões d’armas que simbolizam as
cidades e as vilas de Portugal, mas simplesmente debaixo da melhor
razão, dentro das regras da heráldica, seguindo o mais possível a norma
estabelecida para brasões d’armas idênticos e ainda constituindo um
brasão puramente heráldico. Portanto, respeitando a tradição, temos o
seguinte:
Um brasão esquartelado é empregado principalmente
para caracterizar uma pessoa ou uma família. Quando caracteriza uma
pessoa, representam-se nos quatro quarteis as armas dos seus quatro
avós, quando caracteriza uma família, representam-se nos seus quatro
quarteis as armas dos quatro principais progenitores.
Os brasões que caracterizam as vilas e as cidades,
não costumam ser esquartelados como se pode verificar em todos os
brasões das vilas e cidades de Portugal onde apenas dois nos aparecem
esquartelados, o do Porto e o de Angra do Heroísmo e este mesmo só tem
dois quarteis diferentes, os outros são repetidos alternados.
São estes os principais motivos porque não
concordamos que o brasão da Marinha Grande deva ser esquartelado.
Não achamos razão também para que apareça a data
da fundação do concelho, pois que se o ramo de louro que simboliza a
libertação do concelho necessita ter a data, também o primeiro quartel
que simboliza a primeira mata de Portugal, a mais rica, a mais frondosa,
a mais antiga, uma das principais relíquias da nossa terra, também devia
ter a indicação do século XIII em que foi plantada. Pelo mesmo processo
o 2.º quartel devia ter a indicação do século XIX, época em que foi
criada a indústria das limas da Vieira e o 3.º quartel à data do século
XV em que foi iniciada a fabricação de vidros naquela região.
Não deve ser, não aparecem datas em brasões.
Muitas dezenas de cidades e vilas de Portugal têm
brasão e não há um único que tenha uma data e todos eles são baseados em
factos e tradições.
As limas não deveriam, caso fosse forçosa a sua
representação no escudo, estar sobrepostas e a representação dum
edifício, duma fábrica, tira todo o aspecto heráldico ao brasão.
No timbre também não concordamos, pois que não só
não é costume os brasões dos concelhos terem timbre, havendo como única
excepção o brasão do Porto, como não é próprio para figurar encimando um
brasão d’armas dum concelho o busto da República que caracteriza a
constituição da forma política que rege o país.
É o 1.º o quartel do brasão projectado pelo Ex.mo
Sr. José de Almeida e Silva que deve constituir quase e por completo o
brasão da Marinha Grande.
Seria, pois, se a nossa opinião fosse aceite assim
constituído o brasão da Marinha Grande de que apresentamos um croquis.
«De vermelho com um pinheiro de verde, assente num
contrachefe de dunas de prata e acompanhado em chefe de duas vieiras de
ouro uma a cada flanco.»
Aqui ficam, pois, exuberantemente representadas as
cores nacionais. Seria um brasão perfeitamente heráldico e próprio para
a Marinha Grande.
O pinheiro (um pinheiro bravo) marítimo,
simbolizaria um grande pinhal de que a Marinha Grande está cercada,
marcando não só o motivo da existência deste concelho, como por ser uma
das peças que constitui o brasão da capital do distrito de Leiria
marcaria a filiação deste distrito.
As dunas representariam o aspecto
caracteristicamente pitoresco da região e a matéria prima para a
indústria dos vidros, que data do século XV.
As vieiras além da significação que neste escudo
teriam de indicar que a povoação da Vieira faz parte dum concelho,
representam as conchas que depois de moídas são transformáveis em vidro
e que naturalmente pela grande quantidade delas que haverá nesta região
é que foi dado o nome de Vieira à povoação assim conhecida.
Ficaria um brasão puramente heráldico e
significativo.
É pois, o primeiro quartel tão bem inspirado do
projecto do Ex.mo Sr. José d’Almeida e Silva com a adaptação das
vieiras. Se a Câmara Municipal da Marinha Grande nos pedisse a nossa
opinião sobre o estandarte, com toda a franqueza lhe diríamos que, de
forma alguma fosse adoptada e alterada a bandeira nacional, nunca se
deve tocar na bandeira que caracteriza uma nação assim como somos de
opinião que a esfera armilar nunca deve figurar senão com o escudo
nacional.
Se a Câmara Municipal não tem cores próprias como
julgamos, como sucede, por exemplo, a Lisboa que tem as cores preto e
branco, o Porto, verde e branco, etc., deve adoptar a cor branca e ao
centro o seu escudo e a legenda “CÂMARA MUNICIPAL DA MARINHA GRANDE –
1917” como o Ex.mo
Sr. José d’Almeida e Silva indicou para o selo em
branco e mais a data da constituição do concelho.
E deve ser a mesma forma do escudo e a mesma
legenda que esteja no estandarte que deve estar no selo em branco e nos
carimbos e em tudo onde deva estar o símbolo do concelho.
Aqui fica, pois, exposto o que secção de heráldica
da Associação dos Arqueólogos Portugueses é de opinião que a Ex.ma
Câmara Municipal da Marinha Grande, adopte para seu brasão d’armas.
Lisboa, 28 de Janeiro de 1921.
O Relator
Affonso de Dornellas
(Texto adaptado à grafia
actual)
Fonte: DORNELLAS, Affonso de, «Parecer da
Associação dos Arqueólogos Portugueses - Sôbre a forma como deve ser
constituído o brazão da Marinha Grande e as razões que a levam a
regeitar por completo o projecto do mesmo brazão idealisado pelo Ex.mo
Sr. José de Almeida e Silva», in Boletim da Associação dos
Archeologos Portuguezes, Tomo XIII, Números 8 a 12, Lisboa, 1921,
pp. 381-386. |
• Município
de Alcobaça • Município
de Alvaiázere • Município
de Ansião •
Município da Batalha •
• Município
de Bombarral • Município
de Caldas da Rainha •
Município de Castanheira de Pera •
• Município
de Figueiró dos Vinhos •
Município de Leiria • Município
da Marinha Grande • Município
da Nazaré •
•
Município de Óbidos • Município
de Pedrógão Grande • Município
de Peniche •
Município de Pombal •
• Município
de Porto de Mós •
Página
actualizada em
01-12-2021
Page updated on
01-12-2021
|
|