Parecer apresentado pelo senhor Marquês de São Paio à Comissão de Heráldica e Genealogia da Associação dos Arqueólogos Portugueses e aprovado em reunião de 7 de Julho de 1952. Alterado pela mesma Comissão em reunião de 22 de Junho de 1953:

Sever do Vouga é povoação antiquíssima. Com efeito já se lhe encontra referência numa doação feita em 897, por certo Gondesindo, ao mosteiro de S. Salvador da Lavra, na qual se menciona Sever, em Riba Vouga. Pelos anos de 1135 Mestre João Cirita fundou em Sever um mosteiro da invocação de S. Tiago, para eremitas, os quais, em 1141, se uniram aos do mosteiro de Tarouca. Em Novembro do mesmo ano, D. Afonso Henriques coutou esta igreja e mosteiro. Há referências a Sever nas inquirições de 1250, onde se lhe chama aldeia de Sever de Pessegueiro do Vouga. Também foi chamada Sever a par do Vouga. É terra fértil, com grande abundância de água, pelo que nela existem muitos prados onde se criam gados de toda a qualidade. O rio Vouga lhe fornece variado e saboroso peixe. Recebeu foral novo de EI Rei D. Manuel I a 29 de Abril de 1514 (Livro de Forais Novos da Estremadura, fls. 173). Propomos, portanto, que as armas, bandeira e selo de Sever do Vouga sejam assim constituídas:

ARMAS – De prata, com a banda ondada de azul, com três peixes de campo, entre um pinheiro e uma laranjeira, ambos de verde, com tronco e raízes de negro, e frutadas de ouro. Coroa mural de prata, de quatro torres. Listel branco com a legenda «Sever do Vouga».

BANDEIRA – De azul, com as armas no centro; cordões e borlas de prata e azul. Haste e lança douradas.

SELO – Circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes; em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Sever do Vouga».

RAMOS, Fernando Soares, Sever do Vouga - Heráldica Autárquica - IV Volume, Câmara Municipal de Sever do Vouga, Dezembro de 2004, pp. 11-16