Feriado Municipal - 24 de Junho Área - 300.84 Km2

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Ordenação heráldica do brasão e bandeira

Segundo o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses de 17/02/1937
Estabelecida pela Comissão Administrativa Municipal em 11/06/1937
Aprovado pelo Ministro do Interior em 21/09/1937
Portaria n.º 8805, do Ministério do Interior,
publicada no Diário do Governo n.º 221, 1.ª Série de 21/09/1937

Armas - De ouro com um castelo de vermelho aberto e iluminado do campo, sobre um terrado de sua cor e acompanhado das cruzes das milícias do Templo e de Cristo de vermelho. Em chefe duas chaves de negro cruzadas em aspa, acompanhadas por uma cabeça de carnação branca coroada de ouro e por uma cabeça de negro de turbante de prata. Em contrachefe, quatro faixas ondadas, duas de prata e duas de azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres "Vila de Castro Marim" de negro.

Brasão do Município de Castro Marim - Castro Marim municipal coat-of-arms

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Bandeira - Esquartejada de vermelho e de negro. Cordões e borlas dos mesmos esmaltes. Haste e lança douradas.

Bandeira e estandarte do Município de Castro Marim - Castro Marim municipal flag and banner

Bandeira (2x3)      Estandarte (1X1)

Divisor Algarve - Algarve Divider

Transcrição do parecer

Parecer apresentado por Affonso de Dornellas e aprovado em Sessão de 30 de Novembro de 1927 da Secção de Heráldica e Genealogia da Associação dos Arqueólogos Portugueses.

A antiquíssima Vila de Castro Marim foi construída sobre ruínas de velha época para guardar a entrada do rio Guadiana ficando em frente de Ayamonte, cidade de Andaluzia que por parte da Espanha ali guarda também a entrada do mesmo Rio.

A Vila de Castro Marim teve vários forais através da sua história como se pode ver na Torre do Tombo onde sobre estes assuntos há referências no Livro 1.º do Rei D. Dinis a folhas 44 verso, no Livro 1.º do Rei D. Afonso IlI a folhas 141, no maço de autos sobre Direitos Reais, na Ordem de Cristo, etc., etc.

O livro mais antigo que conheço que inclui as armas de domínio das Cidades e Vilas de Portugal e Espanha chama-se «Poblacion General de España sus tropheos, blasones etc.» por Rodrigo Mendes da Silva, Madrid. 1645. Nesta obra não indica armas próprias nem para Castro Marim nem para Ayamonte dizendo porém que esta cidade usava as armas das famílias Gusmão e Zuniga que eram seus senhores.

Ignácio Vilhena Barbosa na sua obra «As Cidades e Villas da Monarchia Portuguesa que teem brazão d’armas» Tomo I. Lisboa. 1865, apresenta-nos como armas de Castro Marim uma cidade fortificada tendo em chefe as armas nacionais encimadas pela Coroa Real. Não tem estas armas qualquer característica que nos fale da história de Castro Marim razão por que a Câmara Municipal da mesma Vila expediu o seguinte ofício:

«Câmara Municipal de Castro Marim (Comissão Executiva). – N.º 6 – Ex.ma Associação dos Arqueólogos Portugueses. Lisboa. – A Comissão Executiva desta Câmara em sua sessão de 13 do corrente deliberou pedir a essa Ex.ma Associação o estudo das suas armas e respectiva bandeira ou estandarte visto não existir no seu arquivo qualquer selo ou registo a que isso se refira. Esta comissão cônscia de que a Ex.ma Associação se dignará empregar os seus melhores esforços para a obtenção do que deseja tem a honra de apresentar com as suas saudações e os seus agradecimentos. –O Presidente da Comissão Executiva (a) José Xavier.»

A actual Comissão Administrativa da mesma Câmara já por duas vezes, em 8 de Julho e 5 de Outubro do corrente, instou pelo mesmo estudo.

Encarregado de fazer o respectivo parecer, troquei vária correspondência com o Tesoureiro da mesma Câmara Sr. Manuel Francisco Prudêncio da Costa, pessoa conhecedora da história de Castro Marim, Membro do Instituto do Algarve, que me enviou preciosos elementos como por exemplo que existiam chaves esculpidas sobre as portas do Castelo e da Cidadela e que nada existia nos arquivos antes de 1801 além do Foral de D. Manuel I.

As armas que tem usado, as tais da cidade fortificada tendo em chefe as armas Reais, devem ser relativamente modernas, pois no arquivo da Câmara Municipal de Lisboa existe entre uma grande quantidade de respostas de várias Câmaras Municipais dando elementos para uma obra que a de Lisboa desejava fazer sobre as armas de domínio Portuguesas, a seguinte carta:

– Câmara Municipal de Castro Marim. – Il.mo e Ex.mo Sr. – Tive a honra de receber o ofício de V. Ex.ª datado de 25 de Setembro findo, no qual expõe o grande plano com que essa Ex.ma Câmara Municipal pretende levar a efeito, coordenando a história dos Brasões de Armas de todas as Povoações deste Reino, e Províncias Ultramarinas; sobre o que tenho a dizer a V. Ex.ª que nesta Câmara não existe documento algum por onde se possa vir no conhecimento da história respectiva a este concelho pois que se alguns papeis pertencentes a este assunto existiam neste arquivo, foram roubados nos tristes acontecimentos de 1828 e 33; tendo sido todo o arquivo estragado naquela ocasião: onde porém se encontram alguns esclarecimentos, é na Chorographia, ou memória económica Estatística e topographica do Reino do Algarve, feito por João Baptista da Silva Lopes, onde V. Ex.ª poderá talvez encontrar documentos que o poderão elucidar. Enquanto porém ao Brasão de Armas deste Município. Não consta haver outro mais do que as Armas Reais, as quais ainda se divisam apesar que muito danificadas na porta do Castelo. Sou com a maior consideração. De V. Ex.ª Mt.º At.º Ven. e Obgd.º (a) João da Ponte Cabreira. Castro Marim, 31 de Outubro de 1855.

Ora tendo sido esta carta escrita em 1855, deviam as armas que a Câmara tem usado, sido adoptadas no intervalo que vai deste ano a 1865 em que Ignácio Vilhena publicou a obra acima citada.

Castro Marim pela sua história e pelas suas tradições merece umas armas que falem bem da sua vida.

Aqui estiveram os Templários e aqui nasceu a Ordem de Cristo onde esteve até 1356 em que foi transferida para Tomar.

Foi Castro Marim dos Mouros, a quem a tomou o Fronteiro-mor do Algarve D. Paio Peres Correia no tempo de D. Afonso III, enfim Castro Marim necessita ter os principais factos da sua vida, bem salientes nas suas armas.

Como as antigas armas do Algarve constavam da cabeça do Rei Cristão e da cabeça dum mouro, têm as cidades e Vilas do Algarve, adoptado na composição das suas armas estas duas cabeças, como por exemplo: Silves, Vila Real de Santo António, Olhão, Alcoutim, Monchique etc.

Em face pois, disto, proponho que as armas da vila de Castro Marim sejam:

– De ouro com um Castelo vermelho, sobre um terrado da sua cor. O Castelo acompanhado das cruzes das Ordens do Templo e de Cristo. Em chefe duas chaves de negro em aspa acompanhadas por duas cabeças uma de carnação branca coroada de ouro e outra de carnação negra com turbante de prata. Em contrachefe, um rio ondado de prata e de azul. Coroa mural de prata de quatro torres.

– Bandeira esquartelada de vermelho e de negro, tendo por debaixo das armas uma fita branca com letras pretas.

Proponho que o campo seja de ouro por este metal ser o mais nobre e por significar nobreza, fidelidade e poder; que o Castelo seja de vermelho por ser o esmalte de primeira categoria e por representar vitórias, ardis e guerras; e que as chaves sejam de negro, por ser o metal que representa a riqueza e ainda por ser uma das cores da bandeira dos Templários que foram os primeiros a, em nome do Rei de Portugal, guardarem a entrada do Rio Guadiana.

Como as peças principais das armas são o Castelo e as chaves, deve a bandeira ser das respectivas cores vermelho e negro.

[Affonso de Dornellas.]

(Texto adaptado à grafia actual)

Fonte: DORNELLAS, Affonso de, «Castro Marim», in Elucidário Nobiliarchico: Revista de História e de Arte, I Volume, Número VII, Lisboa, Julho 1928, pp. 201-202.

Ligação para a página oficial do município de Castro Marim

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